Antes um adversário inofensivo, "manso" podendo assim dizer, que não causava a mínima preocupação. Hoje, um rival indigesto, totalmente diferente nos aspectos técnicos e físicos. Esses são os "novos" times paraguaios que, notoriamente, vêm causando um rebuliço nas competições internacionais, especialmente na Copa Libertadores da América.
Provavelmente, muitos devem estar se perguntando o porquê de alguém enfatizar o futebol paraguaio. Pois bem, tenho a ciência que minhas meras palavras não irão persuadir os senhores. Em vista disso, trabalhemos com dados, fatos.
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O Guaraní de Santander (à esquerda) foi a surpresa da Libertadores deste ano Foto: esporte.uol.com.br |
Ainda tímida, a melhora do futebol paraguaio na competição mais cobiçada da América começa no ano de 2011. O Ciclón de Barrio Obrero, assim chamado pelos adeptos do Cerro Porteño, realizou uma surpreendente campanha, desbancando o Estudiantes (ARG) e a melhor equipe chilena da edição, Colo-Colo. As ambições do time azulgrana foram "dilaceradas" pelos "meninos da vila". A equipe santista seria campeã naquele ano em cima do Peñarol (URU).
O ano de 2012 chega como um ano à parte nesta ascensão. A tradicional equipe de Assunção, Libertad, foi a mais qualificada do país. Deixou em seu caminho na fase de grupos o tricampeão Nacional (URU). Nas oitavas, eliminou o Cruz Azul (MEX), todavia parou nas quartas diante de "La U" - Universidad de Chile - em uma disputa acirrada nas penalidades.
A partir de 2013, os paraguaios ficam, definitivamente, mais "chatos". O time da vez? O Rey de Copas, Olímpia. Líder num grupo composto por Newell's Old Boys e Universidad de Chile, a equipe paraguaia mostrou bom futebol contra Tigre (ARG), Fluminense e Santa Fé (COL), respectivamente, e conquistou uma vaga inédita na final. O sonho do tetracampeonato era uma realidade. A última vez que um time paraguaio esteve numa final de Libertadores foi em 2002, representado justamente pelo Olímpia. O jogo decisivo contra o Atlético-MG se resume num confronto de extremo equilíbrio e recheado de emoções. O título chegou a estar nos pés do principal artilheiro do time paraguaio. El tanque Ferreyra desperdiçou a chance na prorrogação, e sem goleiro. Nas penalidades, a equipe brasileira se sagrou campeã.
No ano seguinte, o Nacional (PAR) surpreenderia os entendedores de futebol. Vélez (ARG), Arsenal de Sarandí (ARG) e Defensor (URU) eliminados na fase de mata-mata. A final foi disputada contra o gigante San Lorenzo. Num jogo no qual teríamos um campeão inédito, a Libertadores deu preferência aos argentinos. Mais uma vez, os paraguaios batem na trave.
Finalmente chegamos em 2015. Desconhecido por muitos, o Guaraní (PAR) assumiu o papel de zebra da competição. Fraco tecnicamente, todavia bem organizado, "El Cacique" fez o Corinthians e o Racing (ARG) se tornarem "presas fáceis". O time curioso do técnico Fernando Jubero causava preocupações nos adversários, pois se mostrava uma equipe muito eficaz na sua proposta de jogo. Aquele que viria a ser o campeão, o River Plate (ARG) sabia das façanhas da equipe paraguaia, e procurou evitar os mesmos erros cometidos pelos eliminados. Jogando seriamente do começo ao final, "Los Millonarios" deram um fim à zebra da competição.
Esperamos agora pelos próximos anos. Perante todos esses dados, vimos que nossos "amiguinhos" paraguaios não estão tão bobos assim. A facilidade em confrontos com essas equipes já não é uma realidade. Fiquemos de olhos abertos!
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