Uma reclamação muito comum dos fãs de futebol hoje em dia é que os jogadores de futebol sonham em ir jogar na Europa ao invés de fazer história em algum time de seu país natal. Observando os jovens, desde super pequenos já têm inúmeras camisetas de times Europeus e nem tantas de times brasileiros. Eu, por exemplo, com 5 anos de idade tinha o sonho de ser o goleiro do Barcelona, o Brasil era só um início para alavancar minha carreira, infelizmente não fui bem sucedido. Que isso é a realidade, é indiscutível. Mas poucos procuram saber o por que disso, ou então como solucionar esse "problema".
Para começar, um número que eu acho interessantíssimo e pode ajudar muito a entendermos essa obsessão de ir jogar fora do Brasil, o dinheiro. O campeão da Libertadores de 2015 ganhará 5,1 milhões de dólares, muito dinheiro? Pode até parecer, até descobrir quanto o vencedor da Uefa Champions League embolsará. Nada mais nada menos do que 40,9 milhões de dólares. Incríveis 802% a mais. Para ter uma ideia, Carlos Tévez foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro. O Corinthians pagou U$ 20 milhões para contar com um de seus maiores ídolos. Ganhando o maior torneio da Europa uma vez, o time tem dinheiro para comprar "dois Tévez". Já jogando na América do Sul, seria necessário levantar o caneco por quatro vezes para ter dinheiro suficiente para concretizar essa contratação. Obviamente as contratações não vêm apenas de premiações de torneios, mas é uma comparação interessante para mostrar a diferença financeira. Isso pode ser um fator crucial para os atrasos de salários, que muitos times do Brasil estão passando por esse problema.
A ida para a Europa pode ser muito
contrastante. Neymar foi para Barcelona com apenas 20 anos, hoje é titular
absoluto do time catalão e camisa dez da seleção Brasileira. Lucas não teve a
mesma sorte, o meia-atacante do PSG saiu do São Paulo com status de craque e
hoje em dia amarga a reserva na França. O time francês desembolsou R$ 108
milhões, porém o investimento não trouxe o retorno esperado.
Outro fator que atrai os jovens atletas são as diferenças de estilo de jogo e instalações. O país do futebol sempre foi conhecido por sua irreverencia, dribles e belos gols. No velho continente o futebol é mais pragmático, sem correr muitos riscos. A tática predomina no futebol europeu. O jogo é muito menos individual, dificilmente eles erram um passe. Isso dá mais espaço para os sul-americanos se destacarem, já que temos essa individualidade no sangue, conseguindo assim se diferenciar e chamar a atenção. Com relação aos centros de treinamento (CT), os da Europa são muito mais modernos, bem cuidados, parecem hotéis de cinco estrelas, os gramados são semelhantes aos de estádio de primeira linha do Brasil.
O Brasil definitivamente não tem estrutura nem organização capazes de manter estas promessas no país e tudo indica que cada vez mais isso irá ocorrer. Temos casos de jovens que foram tentar a sorte fora do país, por não terem muitas oportunidades no Brasil e tiveram sucesso como Alain, com certeza existem inúmeros casos de atletas que não deram certo. Também temos exemplos como o de Lucas, que mesmo já consagrado no Brasil, não conseguiu se firmar na Franã. Independente destas tentativas de carreira no exterior não terem garantia de retorno, ainda assim, para estes rapazes vale mais a pena do que apostar nos clubes daqui.
Para começar, um número que eu acho interessantíssimo e pode ajudar muito a entendermos essa obsessão de ir jogar fora do Brasil, o dinheiro. O campeão da Libertadores de 2015 ganhará 5,1 milhões de dólares, muito dinheiro? Pode até parecer, até descobrir quanto o vencedor da Uefa Champions League embolsará. Nada mais nada menos do que 40,9 milhões de dólares. Incríveis 802% a mais. Para ter uma ideia, Carlos Tévez foi a contratação mais cara da história do futebol brasileiro. O Corinthians pagou U$ 20 milhões para contar com um de seus maiores ídolos. Ganhando o maior torneio da Europa uma vez, o time tem dinheiro para comprar "dois Tévez". Já jogando na América do Sul, seria necessário levantar o caneco por quatro vezes para ter dinheiro suficiente para concretizar essa contratação. Obviamente as contratações não vêm apenas de premiações de torneios, mas é uma comparação interessante para mostrar a diferença financeira. Isso pode ser um fator crucial para os atrasos de salários, que muitos times do Brasil estão passando por esse problema.
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Alain está muito feliz na Espanha |
Para saber a opinião de alguém que foi à Europa, entrevistei Alain Pierre, um jovem atleta, que com 19 anos foi para a Espanha. Ele joga pelo Sporting
Coruñes e agora está negociando com um time da terceira divisão espanhola, devido seu destaque no time atual. Ele começou na escolinha do Corinthians e foi contratado pelo tradicional Nacional-Sp, time pelo qual disputou paulista sub-17 e sub-20, além da Copa São Paulo. Descoberto por um olheiro, foi jogar na Espanha em março deste ano.
Apoiado pelo pai, Alain treinou desde
muito pequeno realizar seu sonho: “Meu pai me levava quando criança todo dia no
Ibirapuera para treinar.” Ele diz que foi com a expectativa de apresentar a
qualidade de seu futebol e ir subindo aos poucos e talvez chegar em algum time
com renome mundial. O que mais atraiu o jovem atleta foi o fato de ter mais
oportunidades de evoluir e mostrar seu potencial.
Perguntado sobre as maiores
dificuldades de adaptação na Europa, Alain comentou que “a língua pode ser
um problema para quem não está acostumado, a comida e frio também complicam”. E completou dizendo que conseguiu se adaptar
muito rápido. Os atletas locais o receberam muito bem, "todos procuraram me ajudar com o idioma e perguntar se estava tudo bem". Isso com certeza facilitou sua adaptação. Ele terminou dizendo que está muito feliz na Espanha e pretende fazer sua carreira no velho continente.
Outro número com uma desigualdade gritante é o patrocinador das camisas. O Corinthians, hoje em dia, tem o maior patrocínio do Brasil, ganha U$ 10 milhões de seu patrocinador principal, a Caixa. A camiseta mais valiosa do nosso país pertence ao Palmeiras, que recebe U$ 16,5 milhões, pagos por FAM, Prevent Senior e Crefisa. Na Europa, a Chevrolet paga incríveis U$ 81,8 milhões para ter sua marca estampada na camiseta do Manchester United. Outro time inglês também conta com o patrocínio milionário, a empresa japonesa Yokohama Rubber paga U$ 61 milhões ao Chelsea. Todos valores anuais e sem contar os fornecedores de materiais esportivos (Nike no caso do Corinthians e Manchester e Adidas no de Palmeiras, Flamengo e Chelsea). Com esses valores fica impossível competir com o futebol europeu.![]() |
À esquerda Manchester e seu patrocínio super valioso. À direita a do Palmeiras e seus vários patrocínios que rendem muito |
Outro fator que atrai os jovens atletas são as diferenças de estilo de jogo e instalações. O país do futebol sempre foi conhecido por sua irreverencia, dribles e belos gols. No velho continente o futebol é mais pragmático, sem correr muitos riscos. A tática predomina no futebol europeu. O jogo é muito menos individual, dificilmente eles erram um passe. Isso dá mais espaço para os sul-americanos se destacarem, já que temos essa individualidade no sangue, conseguindo assim se diferenciar e chamar a atenção. Com relação aos centros de treinamento (CT), os da Europa são muito mais modernos, bem cuidados, parecem hotéis de cinco estrelas, os gramados são semelhantes aos de estádio de primeira linha do Brasil.
O Brasil definitivamente não tem estrutura nem organização capazes de manter estas promessas no país e tudo indica que cada vez mais isso irá ocorrer. Temos casos de jovens que foram tentar a sorte fora do país, por não terem muitas oportunidades no Brasil e tiveram sucesso como Alain, com certeza existem inúmeros casos de atletas que não deram certo. Também temos exemplos como o de Lucas, que mesmo já consagrado no Brasil, não conseguiu se firmar na Franã. Independente destas tentativas de carreira no exterior não terem garantia de retorno, ainda assim, para estes rapazes vale mais a pena do que apostar nos clubes daqui.
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