sexta-feira, 27 de junho de 2014

FÉRIAS!

Me ausentei bastante nessas últimas semanas, consegui postar apenas algumas coisas no FB, mas não com a frequência que queria. Estive muito doente e quase não peguei o computador. Segue a página no face: https://www.facebook.com/pages/De-olho-no-mundo-esportivo/661985927206566?ref_type=bookmark
 
 Agora no período das Férias, muito provavelmente não conseguirei postar nada pois estarei viajando. Mas sempre que possível vou entrar e colocar alguma coisa.


 Dia 21 de julho estou de volta a São Paulo e voltarei a postar mais.
Muito obrigado e boas férias a todos

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Fim de uma era?

 Nessa terça-feira(18) a seleção da Espanha foi eliminada da Copa do Mundo precocemente e de maneira quase que vexatória. Dois jogos e duas derrotas incontestáveis. Chegará à terceira rodada sem chances matemáticas de classificação. Na minha opinião a razão para isso é extremamente clara. As equipes aprenderam a jogar contra o estilo de jogo espanhol, o famoso tiki-taka.


 Primeiramente é importante explicar como funciona esse Tiki-Taka. É um estio de jogo caracterizado por muitos passes, em sua grande maioria de curta distância e de intensa movimentação dos jogadores, trabalhando a bola por todas as partes do campo e mantendo a posse o máximo possível. O termo surgiu em 2006, quando um jornalista espanhol chamado Andrés Montes, ao narrar o jogo entre Espanha e Tunísia disse: "Estamos tocando tiki-taka tiki-taka". Muitos dizem que a origem é onomatopeica, devido ao barulho do relógio (um passe por segundo), outros dizem ser um brinquedo, que em espanhol chama Tiki-Taka (bolimbolacho em português).
 Esse estilo de jogo é muito usado pela seleção espanhola e o técnico Pep Guardiola (ex treinador do Barcelona e hoje em dia comanda o Bayern de Munique) também adora. A verdade é que o Tiki-Taka é indiscutivelmente eficiente. Todos os times que o usaram ganharam muitos títulos. A Espanha acabou com aquela péssima fama de "amarelona" e conquistou a Copa do Mundo e a Eurocopa (2x). O Barcelona (quando treinado por Pep) ganhou tudo e  mais um pouco. O Bayern de Munique foi o mais recente a ser introduzido a esse estilo de jogo e conquistou o título Alemão de forma incontestável. Mas nessa última temporada o jogo parece ter perdido essa eficiência. A Espanha foi eliminada na fase de grupos da copa. O barça sofreu nessa última temporada, e não ganhou nada. O Bayern perdeu feio para o Real pela Uefa Champions League (4x0 em casa). 
 Para mim muitos times aprenderam a jogar conta o Tiki-Taka. E como que faz para bater? O mais efetivo até hoje foi muita marcação, a partir da intermediária, sem dar espaços, especialmente para os craques do adversário e sair em contra-ataques. Volantes e zagueiros quase não saem, os atacantes ficam mais soltos no ataque e o objetivo é chegar ao campo de ataque com o mínimo de toques possível. 
 Teria chegado a hora de abandonar esse estilo de jogo? É uma pergunta difícil de se responder. O Barça parece estar fazendo contratações exatamente com esse intuito. Muitos especialistas dizem que a Espanha vai mudar drasticamente também. Só o tempo irá dizer qual a melhor solução para esse "problema" enfrentado por quem joga usando o Tiki-Taka. 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Estreia na Copa: Brasil x Croácia

 Chegou o grande dia, estreamos na Copa do Mundo aqui no Brasil, após 64 anos, voltamos a ser os anfitriões de um torneio de tanto importância. Apesar de todas as confusões e protestos, nesse primeiro jogo pareceu que a torcida irá apoiar incondicionalmente a seleção em busca do hexa. Na Arena do Corinthians, os mais de 60 mil gritaram o tempo todo, para incentivar o time e inclusive para mandar a Dilma tomar no c*. 
  Antes da partida uma abertura, na minha opinião bem decepcionante. Um país com uma diversidade cultural tão grande como é o Brasil e acostumado a fazer lindas festas no carnaval poderia ter organizado uma abertura mais entusiasmada. A belga que foi responsável pela organização realmente não foi feliz. Um dos momentos mais aguardados, que vem sendo falado há muito tempo não teve importância alguma para a FIFA (responsável pelas imagens transmitidas ao redor do mundo). O menino paraplégico que com uma máquina ultra moderna conseguir dar um chute na bola teve cerca de dois segundos durante a transmissão. É verdade, a Globo reprisou a belíssima imagem inúmeras vezes, mas ao vivo o fato passou quase que desapercebido.


 Mais uma vez, mesmo após a FIFA cortar o hino pela metade, a torcida continuou cantando em alto e bom tom, que show! A expressão dos jogadores dizia tudo, eles também cantavam com muito entusiasmo e era claro que aquilo estava dando uma força extra para eles. Muitos deles com lágrimas nos olhos. 
 O jogo em si começou bem morno, o Brasil trocando passes, esperando a adrenalina baixar um pouco, para não ir afoito para o ataque e ceder o contra-ataque. Os croatas tinham uma tática de jogo bem definida, esperar a seleção brasileira, mas não marcar muito em cima, para deixar os adversários virem com força ofensiva, o que abriria mais espaços na defesa. O estilo de jogo deu certo no início, os azarões tiveram alguns lances bem perigosos, até que em um cruzamento, Marcelo tenta afastar, erra o chute e jogo contra o próprio patrimônio. Era possível ver a cara assustada do lateral. Sorte a dele que Oscar e Neymar estavam inspirados e muito afim de jogo. O camisa 10 marcou duas vezes e o 11 marcou uma. 


 Apesar do placar adverso, Felipão não mandou o time ir para cima. e o jogo continuava no mesmo ritmo. Ainda no primeiro tempo, Oscar brigou contra três defensores, a bola sobrou com o craque Neymar arrancou, foi puxando para o meio e arriscou de perna esquerda, ele não pegou em cheio na bola, o chute saiu meio mesclado, mas foi o suficiente para bater o goleiro croata e levar a torcida a delírio, era o primeiro gol dele na sua primeira copa e o primeiro da seleção canarinho também nesse torneio.
 Em 2002 estreamos perdendo, saímos atras do placar contra a também não-favorita Turquia e viramos. O primeiro gol saiu daquele que seria um dos melhores jogadores na copa e crucial para o título, Ronaldo, e o segundo foi marcado em um pênalti mal assinalado. Qualquer semelhança é mera coincidência. Nosso principal jogador abriu o placar e  no segundo tempo, o juiz japonês (que teve uma atuação bem fraca e que gerou muitas reclamações não só dos croatas, mas ao redor do mundo) acreditou em uma simulação de Fred, assinalou penalidade máxima, o autor do primeiro gol chamou a responsabilidade e marcou o segundo gol. O goleiro por pouco não defendeu. Há 12 anos fomos campeões, esperamos que a história não se repita apenas na primeira partida e que vá assim até o final do torneio, para que conquistemos o hexa.
 A diferença para a estreia no Japão foi o gol do Oscar, de bico, no finalzinho da partida. O meia da seleção estava merecendo, teve uma ótima atuação e foi coroado apenas aos 45' do segundo tempo. 
 No outro jogo do grupo, o México bateu Camarões por 1x0 em outro jogo marcado por polêmicas da arbitragem na Arena das Dunas, em Natal
 O Brasil volta a campo na próxima terça-feira, contra o México, na Arena Castelão, em Fortaleza, às 16h (de Brasília). No dia seguinte, a Croácia vai enfrentar Camarões em Manaus.


Sexta do Humor!






A copa do mundo do Brasil vai estar muito desfalcada devido algumas lesões, alguns exemplos como Reus, Ribery e Falcão Garcia (nas fotos de cima da esquerda para direita).Eles vão fazer falta! Mas fizeram brincadeiras com o Pepe, zagueiro brasileiro, naturalizado português que tem a fama que costuma chegar duro nas bolas e fazer faltas duras.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Uma Copa por dia - E que venha o hexa 2014

 É hoje o grande dia, data da estreia do Brasil na Copa do Mundo, 17h no estádio do Corinthians, em Itaquera. Depois de 64 anos o Brasil volta a sediar o torneio mais importante de futebol entre seleções. Dessa vez esperamos ser campeões e não repetir o resultado de 1950, quando perdemos para o Uruguai.
 Vai ser difícil, a tabela não colaborou muito, apenas a fase de grupos está mais tranquila, mas mesmo assim tem times bons que podem complicar. Mas o bicho promete começar a pegar mesmo já a partir das oitavas, quando iremos enfrentar o segundo colocado do grupo que conta com Espanha, Holanda, Chile e Austrália. São os atuais campeões, os que nos eliminaram em 2010, uma equipe em ascensão e com alguns craques que podem desequilibrar como Alexis Sánchez do barça, Arturo Vidal da Juventos entre outros e a zebra que dificilmente passará da primeira fase, respectivamente. Nas quartas o adversário deve ser Itália, Uruguai ou Inglaterra.


 Felipão ralou, mas parece ter encontrado o esquema e o time-base durante a copa das confederações, da qual fomos campeões em 2013. Neymar tem tudo para arrebentar e ser o craque dessa Copa, dependemos bastante dele, seus ataques pelo lado esquerdo do campo costumam ser bastante efetivos. Pela direita Hulk costuma fazer algumas jogadas de perigo, e pelo meio o matador Fred, que faz gol até deitado.
 A inexperiência pesa contra, apenas seis dos 23 convocados já aturam em alguma copa, são eles: Juilo Cesar; Maicon; Dani Alves; Thiago Silva; Ramires e Fred. Os laterais tem um ótimo apoio ao ataque, mas costumam deixar a defesa um pouco desguarnecida. Quem tem a função de cobrir esse espaço é Luiz Gustavo, volante que fica mais preso. Enquanto Paulinho costuma ter mais liberdade para ir ao ataque e chega com muita qualidade. Pode ser o fator surpresa (essa boa chegada ofensiva lhe rendeu o troféu de 3º melhor jogador da Copa das Confederações). Diferentemente da maioria das potencias, chegamos a essa copa sem nenhum desfalque, todos os jogadores estão disponíveis e em condição de jogo.
 Luiz Felipe Scolari foi campeão em 2002 e quarto colocado com Portugal. Tem experiencia em copa e costuma ir super bem no mata-mata. Resgatou a confiança dos torcedores em 2013.
 Nas Copas, jogar em casa é meio caminho andado. Levantamento dos jogos de times mandantes nas Copas a partir de 1990 mostra que os anfitriões saíram vitoriosos em 27 partidas e perderam apenas seis (houve seis empates). Com exceção de Brasil e Espanha, todos os campeões ganharam pelo menos uma vez em casa. Além disso, aquele coro durante o hino nacional, sem dúvida alguma, da uma força extra para o jogo.

 "Vamos ganhar a copa por que temos os melhores jogadores. O Neymar é meu preferido, ele joga muito, acho que ele vai ser o craque desse campeonato. Nunca vi nossa seleção campeã, então se a gente ganhar a primeira coisa que vou fazer é pular na piscina, eu prometo! Fiz ate um desenho da final que eu quero que aconteça, contra a Argentina, vai ser um jogo muito emocionante, os hermanos tem um ótimo time" Vitor Mauro, 9 anos, não perde um jogo da seleção.


desenho feito por Vitor

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Uma Copa por dia - Penta campeão! 2002

 A copa do mundo de 2002 foi nosso último título, fomos comandados pelo mesmo Luíz Felipe Scolari que é o técnico em 2014. Esse torneio foi muito marcante por ser o primeiro a ser realizado em dois países e também pela primeira vez realizado no continente Asiático.
 A seleção canarinho se isolou mais ainda como maior vencedor da história, conquistando seu quinto caneco. Na época os segundos colocados eram Alemanha e Itália, ambas com três (hoje em dia a Itália tem quatro, a Alemanha continua com a mesma quantidade).


 Nas eliminatórias, a classificação foi sofrida, passamos na terceira posição (quatro se classificam e um vai para repescagem). A colocação pode fazer parecer que ganhamos a vaga com relativa tranquilidade, mas a Colômbia, primeiro país fora da zona de classificação teve apenas três pontos a menos que o Brasil, isso fez com que chegássemos a Coréia, para a primeira fase com pouquíssima confiança da população ao redor do mundo, e principalmente do Brasil. 
 A "Família Scolari", sem Romário (o que gerou inúmeras críticas à Felipão), caiu no grupo junto com a Turquia, China e Costa Rica. Estreamos com uma vitória mais difícil do que o esperado sobre a Turquia, fomos para os vestiários perdendo por 1x0, mas dominamos as ações no segundo tempo, e nem a ótima atuação do goleiro Rustu impediram a virada por 2x1. Na segunda rodada, contra a China, o jogo mais parecia estar sendo disputado em Pequim do que na Coréia. Quase 35 mil chineses lotavam o estádio e faziam muito barulho. Mas não foi suficiente para suprir a inferioridade técnica, ao final do jogo, o placar assinalava 4x0. Com a classificação para a segunda fase já garantida, enfrentamos os costa-riquenhos com algumas alterações, com o intuito de acertar alguns detalhes e poupar jogadores pendurados com o cartão amarelo. Num jogo bem aberto e com muitos gols, garantimos o 100% de aproveitamento com uma vitória por 5x2. 
  A segunda fase do torneio seria disputada no Japão. Lá aconteceram várias reclamações com relação à arbitragem, o nível deles foi um dos piores das histórias. A maior parte estava despreparados e conduziram as partidas como se elas fossem disputas de fim de semana entre casado e solteiros. Não foram poucas as seleções prejudicadas, entre elas Itália, EUA, Espanha. Mas nenhuma mais desfavorecida do que a última. No jogo contra os sul-coreanos o árbitro anulou nada menos do que dois gols legítimos dos espanhóis e o gol da coreia foi bem pelêmico. Coincidência ou não, todos os países que mais reclamaram enfrentaram os anfitriões da primeira fase, que terminou a copa em 4º lugar, melhor campanha da história de um asiático.
  Nas quartas de final o adversário foi a Bélgica, pela primeira vez esse confronto acontecia. Vencemos por 2x0 em uma partida muito sofrida. O goleiro Marcos foi considerado o melhor em campo e realizou defesas monumentais. As quartas de final foram super marcantes, enfrentamos a Inglaterra, nosso retrospecto contra eles eram bom, em três jogos, nenhuma derrota. Devido a difícil vitória sobre os belgas, assistida pelos ingleses na tribuna de imprensa, eles acreditavam que  vitória viria com certa tranquilidade, até os jornais estampavam "Isso é tudo que vocês tem?". Começamos um jogo melhor, mas em um vacilo da defesa, os Ingleses abriram o placar. Após uma belíssima jogada de Ronaldinho (nome daquela partida), Rivaldo marcou, e ao final da primeira etapa o jogo estava empatado. No início da etapa final os torcedores do mundo inteiro viram uma obra de arte ser criada no gramado de Shizuoka. Um gol antológico de Ronaldinho Gaúcho de falta, quase do meio campo. Ao observar o goleiro Seaman adiantado a espera de um cruzamento, ele arriscou o chute direto. Gol da virada e da classificação


  Nas semis, um reencontro com um time da fase de grupos, a surpreendente Turquia. O clima era de vingança para os turcos. Para aquele jogo que Ronaldo apareceu com o novo corte de cabelo, se assemelhava ao personagem de quadrinhos Cascão. Em mais um jogo complicado e sofrido, garantimos a vaga para a final com um gol do artilheiro Fenômeno, que em 2006 se tornaria o maior artilheiro da história de copas do mundo. No final do jogo um lance arrancou aplausos e gargalhadas dos torcedores do mundo inteiro, menos dos turcos, é claro. Denílson partiu em um contra-ataque pela direita, e foi perseguido por quatro zagueiros adversários, que tentavam roubar a bola, mas conseguiram apenas uma falta. Com a vitória, mais um recorde foi quebrado, o de chegar a três finais consecutivas, 94, 98, 02.



 Na final se enfrentariam os dois maiores vencedores do século XX, com sete títulos combinados mas que nunca haviam se enfrentado. As esperanças alemãs de segurar o melhor ataque da Copa estavam depositadas na figura de seu goleiro, Oliver Kahn, considerado o melhor jogador da competição. Do outro lado, Ronaldo chegava a sua segunda final e pretendia superar o fracasso de 98.
 Desde o começo já estava claro que o Brasil partiria para o ataque, enquanto a Alemanha apostaria no contra-ataque. Com dois gols do fenômeno e uma atuação de gala do camisa 10, Rivaldo, ganhamos o jogo por 2x0 e levantamos a taça pela quinta vez. Além disso nos tornamos a primeira a vencer em três continentes distintos. 


 Como essa foi o primeiro título que eu vi, resolvi contar uma história minha. No dia da final, estava marcado uma viagem a Espanha, iria eu, minha mãe, meu pai e minha irmã. Ainda durante o voo saiu o  primeiro gol, o piloto avisou, a festa foi imensa dentro do avião. Ao chegarmos no gigantesco aeroporto espanhol, saímos correndo a procura de uma TV. Achamos uma bem pequena e rodeada por alemães, ficamos por lá mesmo. Ao final da partida, aos seis anos de idade, resolvi comemorar fazendo um "aviãozinho" perto dos torcedores adversários, sorte a minha que eles levaram na brincadeira. 

terça-feira, 10 de junho de 2014

Uma Copa por dia - É Tretra! 1994

 A copa de 1994 foi uma das mais sofridas, por diversos motivos. Antes mesmo do início, já havia uma apreensão no ar, já que estávamos sem ganhar nada há 24 anos e devido a péssima performance em 90. Durante a copa só jogo sofrido, o que resultou na primeira copa da história a ser decidida nos pênaltis. Fora isso, estávamos em luto, devido a perda de nosso herói de domingo, o grande corredor Ayrton Senna.



 O técnico escolhido para comandar a seleção foi Carlos Alberto Parreira, que não contava com a unanimidade da imprensa, muito menos da torcida, principalmente pelo seu estilo de jogo ser muito pragmático. 
 Na copa, nessa época já com 24 seleções, pelo sorteio caímos no grupo B junto com Suécia, Rússia e Camarões. Na estreia pegamos os russos, uma vitória por 2x0 garantiu os três primeiros pontos. Romário foi decisivo naquele jogo, e começava a deixar a torcida esperançosa, já que ele tinha prometido que traria o caneco e seria o artilheiro. A partir daquele jogo iniciou-se uma contagem regressiva de jogos para o título, estava em seis. Para trazer a contagem em cinco, vencemos camarões por 3x0 tranquilamente. Já com a classificação para a segunda fase garantida, um jogo muito abaixo da média contra a Suécia, o placar ficou empatado, um gol para cada lado. Zagallo continuava confiante e avisava: "Quatro jogos!"
 Nas oitavas de final, um adversário complicado, nem tanto por sua habilidade, muito menos pela história no futebol, mas sim por serem os donos da casa, e super animados para ir as quartas, os Estados Unidos. Os Americanos foram fechados, apostando em contra-ataques. Por pouco a tática não deu certo, várias oportunidades surgiram, mas nenhuma aproveitada. Marcamos no final do jogo, sem necessidade de prorrogação, como o jogo parecia estar caminhando para e eliminamos os anfitriões.
 Nas quartas de final um jogo eletrizante, deixou a todos com o coração na mão até o último segundo. Batemos a Holanda por 3x2. Bebeto marcou o segundo gol da seleção e também da partida, e na comemoração eternizou um gesto que até hoje é repetido por muitos jogadores em todo o mundo, aquele que ele fingia estar ninando um criança em seus braços. (confira na foto abaixo). A holanda ainda empataria a partida, o gol da vitória saiu de um falta fortíssima cobrada por Branco depois dos 35' do segundo tempo, quando todos já acreditavam que uma prorrogação era inevitável.



 Nas semis enfrentamos um velho conhecido nosso em copas, a Suécia. Seis encontros já tinham sido disputados desde 1938. Sem se quer uma derrota brasileira. O jogo parecia uma disputa de "gato e rato". Só dava Brasil, os suecos pareciam querer evitar bola rolando, por saber de sua inferioridade técnica e temer bastante a dupla fortíssima de ataque formada por Bebeto e Romário. O jogo acabou em um sofrido 1x0. Zagallo, só pra variar continuava com sua contagem regressiva, faltava apenas uma partida. 
  Na final contra a Itália, entramos em campo com: Taffarel, Branco, Aldair, Márcio Santos e Jorginho; Dunga, Mauro Silva, Zinho e Mazinho; Romário e Bebeto. Mas todas as câmeras estavam voltadas para o baixinho camisa 11 e para o italiano Roberto Baggio. A partida foi muito nervosa, jogamos melhor, mas a Itália se segurou muito bem na defesa, lutaram bravamente até os últimos minutos, contando com uma atuação de gala do zagueiro Baresi. Acabado o jogo em 0x0, pela primeira vez a final teria seu vencedor decidido apenas nos pênaltis.
 Aquele mesmo Baresi cobrou o primeiro pênalti e perdeu, o Brasil saia em vantagem, mas Márcio Santos não passou do goleiro Pagliuca, continuava em 0x0. Na sétima cobrança, quando estava 2x2, Taffarel honrou a famosa frase "sai que é sua Taffarel" e fez uma bela defesa, voltamos a ter vantagem. Dunga marcou para o Brasil e a cobrança de Roberto Baggio poderia decidir tudo, e não é que o craque italiano perdeu? Ele pegou muito em baixo da bola, que passou por cima do travessão. Final Brasil 3 x 2 Itália na disputa de penalidades máximas. 
 Depois de 24 anos, voltávamos a levantar o caneco, e nos tornamos o primeiro tetra campeão. O futebol apresentado pode não ter sido aquela dos sonhos da torcida, mas a disciplina tática de Dunga, Mário Silva, Zinho, aliada ao talento de jogadores como Bebeto e Romário, reconduziram o Brasil à elite do futebol mundial. Uma faixa foi estendida em homenagem a Ayrton, dizia: "Senna, aceleramos juntos. O Tetra é nosso!"

Fica um agradecimento super especial a Marcelo Ceneviva, que ajudou bastante na composição desse post, e que inclusive faz aniversário hoje. Parabéns e muito obrigado!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Uma Copa por dia - A taça pra sempre nossa! 1970

 A copa de 1970 foi uma das mais importantes para o Brasil, já que foi a do tri campeonato, consequentemente nos tornamos os maiores campeões de todos os tempos, e mais importante de tudo, a taça da Copa, chamada Jules Rimet se tornaria Brasileira por definitivo. Foi aí que surgiu a expressão "a taça do mundo é nossa" 


 O Brasil vivia um momento conturbado, os grupos militares ganhavam cada vez mais força, e havia praticamente um absolutismo do governo. Período negro da história Brasileira, ficou conhecido como os "Anos de Chumbo".
 No grupo 3 estavam: Inglaterra, Brasil, Tchecoslováquia e Romênia. A primeira Copa que foi utilizado a tecnologia de satélite e permitiu que os jogos fossem acompanhados ao vivo em todo o nosso território nacional. Na estreia batemos os Tchecos por 4x1. Um lance super marcante dessa partida foi um quase gol sensacional do Rei Pelé, que ao observar, do meio campo, o goleiro adiantado, arriscou da meia lua central, o mundo inteiro prendeu a respiração por alguns segundos, aguardado a conclusão da jogada, a bola caprichosamente passou a centímetros da trave, esse é o motivo daquela clássica frase "o gol que nem Pelé fez".
 Na segunda partida um encontro entre os campeões das duas copas antes da de 1970. Brasil x Inglaterra. Duelo entre o futebol força dos europeus e o arte do Brasil. A partida terminaria com uma vitória canarinha por 1x0. Mas mais marcante que a vitória, sem dúvida alguma foi a defesa do goleiro inglês, Gordon Banks que após um cabeceio perfeito de Pelé, voou para buscar a bola, e fazer com que a torcida do estádio todo segurasse aquele grito de gol que praticamente já estava na ponta da língua. Nessa que é considerada a defesa mais difícil da história. Com a vitória a classificação para as quartas já estava garantida, e na terceira rodada, com uma vitória por 3x2 sobre os romenos, a primeira colocação do grupo foi consolidada. 
 Nas quartas vinha o Peru, que para muitos era o azarão daquela fase. A classificação veio, o placar, 4x2. Dali para frente pareceu outro torneio. Brasil, Itália, Uruguai e Alemanha estavam nas semis. Das quatro seleções, apenas a Alemanha não era bi campeã, tinha apenas um título, porém, já se sabia que a próxima Copa seria disputada em territórios alemães, e os donos da casa eram favoritos. Portanto tinha um ar de definição de com quem a taça Jules Rimet ficaria (a regra diz que o primeiro país a ser tricampeão tem o direito de ficar com a taça em definitivo). 
 Em um clima de revanche por causa da final de 50, enfrentamos o Uruguai. A vitória veio, mas foi sofrida. O Brasil começou muito nervoso e tomamos o gol logo no início da partida, o empate só viria nos últimos minutos da primeira etapa. No segundo tempo, a técnica brasileira sobre saiu e vencemos por 3x1. Estávamos classificados para a final contra a Itália Novamente, Pelé marcou a partida, não por gols feitos, mas sim pelos que ele não fez. O voleio de resposta a um tiro de meta, que quase pegou o arqueiro uruguaio no contra pé e o famoso drible de corpo sobre o goleiro Mazurkiewicz. Nesse segundo lance, Tostão lançou Pelé na meia lua da área, o que obrigou Mazurkiewicz a deixar a meta para tentar chegar na bola antes do atacante. Pelé passou sob a bola sem toca-la, enganando a todos, e busco-a do outro lado, aplicando o chamado "drible da vaca" e chuta cruzado para o gol vazio. A bola passa a poucos centímetros da trave e sai pela linha de fundo. 


 Em uma final muito mais fácil do que o esperado, o Brasil passou por cima da Itália, o placar final foi 4x1 em um estádio com mais de 100 mil pessoas, na sua grande maioria torcendo para o Brasil. Não poderia faltar o gol dele, em sua última copa, Pelé marcou o gol da abertura do placar. A Azurra ainda conseguiu o gol de empate, mas esse foi o primeiro e último lance de perigo deles. Aos 45' da etapa inicial, o gol de Pelé colocaria o Brasil novamente a frente, se não fosse o juiz. Segundos antes da rede ser balançada, ele apitou e encerrou o primeiro tempo, que acabou 1x1. Na parte final, os italianos praticamente só bateram, mas não foi suficiente para segurar o impeto brasileiro, que marcou mais 3 gols, sendo um deles uma marca daquela incrível seleção. Após bela jogada de Clodoaldo, Pelé recebe a bola e parece pressentir a chegada de Carlos Alberto, o camisa 10 rola a bola para o lado e o lateral chega e "enche o pé" para estufar as redes italianas. 
 No apito final, o campo foi invadido por uma multidão entusiasmada, Tostão é deixado quase nu, Rivelino desmaia, Gérson chora sem parar, Pelé é carregado nos ombros dos torcedores, que colocaram até um sombrero mexicano em sua cabeça. No Brasil as ruas foram tomadas pela população, que fazia uma festa inacreditável. 
 Para muitos essa foi a maior seleção de todas. Aquela é eterna!


 Para Silvio Gabor, essa foi uma copa inesquecível. Apesar da defesa "fraca", o meio de campo e o ataque eram esmagadores. Gerson era capaz de por a bola onde quisesse, com lançamentos de muitos metros. Jairzinho, o "furacão da copa" fez gol em todas as partidas. Tostão jogou muito sem a bola. Rivelino, "patada atômica" pela potencia do chute e Pelé mostrou que é o maior de todos os tempos, tão perfeito, que imortalizou lances que não acabaram em gols. O maior time de futebol que jamais pisou em gramados desde a invenção do futebol. 

domingo, 8 de junho de 2014

Uma Copa por dia - Bi campeão! 1962

 Respaldado pelo título de 58, João Havelange, presidente da CBD (atual CBF), decidiu repetir o plano que quatro anos antes havia dado certo. O "Marechal da Vitória", Paulo Machado de Carvalho foi novamente colocado à frente da delegação que buscaria em campos chilenos o bi campeonato comandados pelo técnico Aymore Moreira.


 O então campeão, Brasil, defenderia seu título como cabeça de chave do grupo 3, acompanhado por México,  forte Espanha e a sempre perigosa Tchecoslováquia. Essa foi a última copa em que foi permitido que algum jogador naturalizado atuasse pelo seu novo país, mesmo que já tivesse atuado pelo antigo. Hoje em dia só é permitido caso ele não tenha atuado pelo seu país de nascença. O atacante Brasileiro Mazola jogou em 1958 pelo Brasil e em 1962 pela Itália. 
 Estreamos contra a fraca equipe do México. Apesar do desnível técnico, nossa seleção não fez uma boa estreia, sentiu a pressão de ser o campeão. Mesmo assim a vitória veio, 2x0. No segundo jogo contra uma defesa bem armada, o placar não foi alterado. O lance mais marcante desse jogo foi a lesão do Pelé, uma distensão na coxa o deixou fora o resto da Copa. Como não era permitido substituições, aqueles foram os últimos 90 minutos do craque no torneio. Na última rodada a classificação veio com uma vitória de virada sobre a Espanha. Naquela partida que Nilton Santos deu aquele famoso "passinho salvador", após fazer pênalti na entrada da área, malandramente ele deu um passo para fora dela, enganou o juiz, que marcou falta
 A seleção seria comandada por Garrincha a partir das semis. O gênio das pernas tortas jogou por meio time, muitos dizem que o título veio graças ao maior ponta da história do futebol. 


  Nas quartas enfrentamos a Inglaterra (que seria campeã em 66). Para anima-lo, a comissão técnica disse à Garrincha que o lateral Inglês declarou que iria anular o ponta, tempos depois Flowers dissera que não entendia por que todas as vezes que o craque apanhava a bola partia pra cima dele para driblá-lo. Com uma atuação divina de Garrincha, ganhamos por 3x1. 
  Na semifinal enfrentaríamos os donos da casa, e pra variar, Garrincha destruiu. Em um estádio lotado, com um público recorde de 77,000 pessoas, que na sua grande maioria acreditavam que o Chile poderia bater os atuais campeões. Mas um balde de água fria foi jogado na cabeça deles logo aos nove minutos. O jogo acabou 4x2. Garrincha foi expulso por ter dado uma "paulistinha" no traseiro de um adversário após sofrer falta dura. Ao sair de campo foi atingido por uma pedra lançada das arquibancadas. Imediatamente os dirigentes começaram a mover seus "pauzinhos" para não deixa-lo fora da final por ter levado o cartão vermelho. A comissão disciplinar da FIFA não prejudicou o Brasil e absolveu nosso craque. 
 Na final um repeteco do jogo da fases de grupos. Brasil x Tchecoslováquia, para quase todos a seleção canarinho era favorita. Garrincha entrou em campo com 39º de febre e não repetiu as atuações anteriores, mas nem foi preciso. Três jogadores thecos foram colocados para marca-lo, quando perceberam que ele não estava em seus melhores dias, já era tarde. O jogo acabaria 3x1 e o bi campeonato era nosso. 
  "Durante as quartas de final, fui levar minha esposa ao médico e quando estava na Avenida Angelica saiu um gol do Brasil, eu comecei a buzinar, coloquei a mão para fora pela janela e gritei um monte, quase bati o carro. Na realidade todos que estavam lá comemoraram muito, foi a maior festa. Outro fato engraçado foi na final, no primeiro tempo já estávamos ganhando e saímos para comprar fogos de artifício e levei meu filho pequeno junto. Compramos os fogos e saímos correndo para ouvir a irradiação do segundo tempo, já que naquela época não tinha transmissão ao vivo pela televisão, e esquecemos meu filho lá. Minha sogra que sentiu a falta dele e voltamos rapidamente para buscá-lo. Quando chegamos lá ele estava sentado em cima do balcão brincando com uma estrelinha e nem percebeu que nós não estávamos mais" contou meu avô Roberto Gabor, que assistiu a todos os títulos da seleção. 
 Uma geração brilhante, com craques como Gilmar, Bellini, Mauro, Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Vavá, Zagallo, Pelé e Garrincha colocaram o futebol Brasileiro definitivamente na elite do esporte mundial. 

A França é deles, de novo!

 Sofreu, mas ganhou. Maria Sharapova repete seu feito de 2012, bate a jovem de apenas 22 anos Simona Halep e é bi-campeã em Rolland Garros. Logo após o jogo disputado, a musa apareceu muito feliz ao lado do maior símbolo da França, a Torre Eiffel. Também, tendo acabado de ganhar um Grand Slam, ser o centro das atenções durante algumas hora de uma cidade como Paris e ainda por cima ganhar "apenas" 1,65 milhões de Euros não tem como estar triste.



 Do outro lado da quadra estava um jovem Romena em pura ascensão e animadíssima em jogar sua primeira final de Grand Slam. Sharapova nem ligou, e fez sua experiência falar mais alto, foi um jogo complicado, durou mais de 3h, o mais longo já disputado pela musa Russa em uma final. Terminou em 2 sets a 1 parciais de 6/4 6/7 (5-7) 6/4.
 Depois de 13 anos a final feminina foi decidida em 3 sets. A romena não havia perdido um set se quer nesse torneio, e perdeu os dois primeiros logo na final e foi para casa sem título. Já a campeã não passou por sufoco apenas na final, desde as oitavas só teve jogo complicado, saiu perdendo em todos. 
 "Eu não posso acreditar nisso. Há sete, oito anos nunca pensei que venceria Rolland Garros mais vezes do que qualquer outro Grand Slam (ela tinha um título de cada um, e conquistou hoje, pela primeira vez um bi campeonato). Estou muito emocionada, não consigo nem falar... Essa foi a final mais difícil que já joguei. Simona jogou uma partida incrível" - disse a campeã logo após o jogo.


 No masculino, só pra variar, deu Rafael Nadal. De virada, ele bateu o sérvio Novak Djokovic (3/6 7/5 6/2 6/4) e venceu Rolland Garros pela nona vez em dez anos. Dos 67 jogos disputados no saibro francês, o espanhol tem apenas uma derrota, em 2009. E mais impressionante ainda, dos 91 jogos de cinco sets jogados por ele no saibro, apenas uma derrota, exatamente essa em 2009 para Robin Soderling. 


 Djokovic levou o primeiro set, acreditou que poderia levar para casa pela primeira vez o Grand Slam parisiense mas não foi páreo para a reação do maior vencedor da história, que levantou o troféu mais uma vez após 3h31 de partida. Com a vitória o posto de número 1 do mundo foi mantido. 

Nadal em números:
  • 10 disputas de Rolland Garros
  • 9 títulos: 2005, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014
  • Primeiro a vencer Rolland Garros cinco vezes seguidas
  • 45 títulos no saibro, só perde para Guillermo Villas, que tem 46
  • 14 Grand Slams vencidos: 9 Rolland Garros, 2 Wimblendon, 1 Australian Open , 2 US Open 
  • 3 campeonatos vencidos no saibro em 2014: Rio de Janeiro, Madrid, Rolland Garros 





sábado, 7 de junho de 2014

Uma Copa por dia - É campeão! 1958

 Faltando apenas seis dias para o início da Copa Mundo vai começar uma série curta e com postagens todos os dias até o início do campeonato. Como quase todos sabem, o Brasil é penta campeão, então a cada dia explicarei um pouco de como foi cada conquista Brasileira, todas em territórios estrangeiros. E na quinta-feira, data da estreia da seleção canarinho, falarei o por que devemos acreditar que o hexa deve vir.


 Demorou pro Brasil levantar a taça. Apenas na sexta edição. Já naquela época eramos o único país que tinha participado de todas as Copas, fato que dura até os dias de hoje. Aquela foi a segunda final da nossa seleção, a primeira foi a catastrófica derrota para o Uruguai no jogo que ficou conhecido como "Maracanazo" no ano de 1950. Mas em 58 não teve erro e faturamos o caneco. 
 Das 53 nações que jogaram a fase eliminatória apenas 16 participariam da copa, metade dos 32 da atual regra. Apenas 12 países europeus, três sul-americano e um norte-americano. As eliminatórias apresentaram algumas surpresas e seleções consideradas favoritas não se classificaram, como Espanha, Itália e Uruguai
 As eliminatórias para o Brasil foram bem curtas, apenas dois jogos, ambos contra o Peru, isso por que a Venezuela desistiu daquela Copa. Foram dois jogos muito duros, empate por 1x1 em Lima e vitória por 1x0 no Rio de Janeiro. 
 Quando a relação de nomes foi enviada à FIFA esqueceram da numeração correspondente a cada jogador. Um jornalista Uruguaio que se encontrava lá, tentou resolver o problema, porém não conhecia todos os jogadores e atribuiu números aleatoriamente. Com isso, o goleiro Gilmar jogou com com nº3; o jornalista no entanto, sem querer ajudou a criar a mística da camisa 10. Por puro acaso foi atribuído ao ainda desconhecido e jovem Pelé, na época com 17 anos. 
 Na fase de grupos o Brasil ficou junto com Inglaterra, União Soviética e Áustria. Estreamos contra os austríacos. Pelé e Garrincha ficaram no banco. A seleção começou bem a caminhada rumo ao título com uma vitória por 3x0. No segundo jogo, contra a Inglaterra um empate sofrido por 0x0 que colocou a classificação em risco.  Por não poder substituir jogadores durante o jogo e diante do empate na segunda rodada, o técnico Feola decidiu lançar o trio Garrincha, Pelé e Zito. Daí em diante o time encaixou. Vencemos a União Soviética por 3x0. O craque das pernas tortas desmontou a defesa soviética. Logo no começo, os três maiores minutos do futebol, já que duas bolas foram chutas na trave (um de cada da dupla incrível) e Vavá marcou um gol. O jogo acabaria 2x0 e garantiria a classificação para as quartas, no qual batemos País de Gales por 1x0. Na semi-final veio a vitória  por 5x2 sobre a temível França, que levou o Brasil à final. O trio que só entrou durante o torneio acabou com a festa dos donos da casa,   vencendo a Suécia, por 5x2 com Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo. Ao receber a taça, o capitão Bellini levantou-a sobre a cabeça, gesto nunca realizado anteriormente, e que ficou imortalizado.


Com a conquista a seleção canarinho se tornou a primeira a vencer fora de seu continente, fato que se repetiria em 2002, ao vencermos na Ásia. Deixamos de ser os únicos a ter esse privilégio quando a Espanha foi campeã na África em 2010, ou seja 52 anos depois. 
 Também surgiria a tática que é muito usada até os dias de hoje, o 4-3-3. Zagallo atacava e marcava, possibilitando uma solida defesa (fomos a defesa menos vazada com apenas quatro gols sofridos). 
 "A choradeira de alegria foi geral, lá e aqui. A descontração também foi grande. Dois fatos curiosos: Paulo Machado de Carvalho (marechal da vitória como ficou conhecido) não trocou seu terno marrom durante todo o campeonato e o famoso massagista brasileiro, Mário Américo, sem levar em consideração o cerimonial e o respeito ao cargo se aproximou do Rei Gustavo e disse: Mr.King, uma foto please!" relatou com muito humor Carlos Ceneviva, que começou a trabalhar na antiga PRH-7, Rádio Pan Americana, a Emissora dos Esportes, hoje conhecida como a Jovem Pan em 1951, e teve colaboração super importante na realização desse post. 



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Roland Garros - Finais decididas

 No Masculino, nenhuma surpresa, pelo menos não na final. No domingo se enfrentarão Rafael Nadal e Novak Djokovic, números 1 e 2 do mundo respectivamente. No caminho até as finais que ocorreram alguns imprevistos. Ernest Gulbis, 18º do ranking chegou às semi-finais, e para chegar tão longe bateu os favoritos Roger Federer, Tomas Berdych. O Ucraniano promissor, Alexandr Dogolpolov (20º do ranking) foi derrotado na segunda fase. Mas a maior surpresa ficou por parte do número 3 do mundo, Stanlas Wawrinka foi derrotado na primeira rodada, ele que foi campeão do último Grand Slan disputado, que foi no início desse ano, na Australia. 
 Na primeira Semi-Final o favorito Djokovic bateu a maior zebra do torneio desse ano por 3 sets a 1 parciais 6/3 6/3 3/6 6/3. O Sérvio jogou para o gasto para conseguiu bater Ernest Gulbis. Quem imaginava que o letão poderia proporcionar mais uma vitória sendo franco atirador no jogo e até sonhar com o título se decepcionou, em momento algum ele parecia estar no domínio do jogo e próximo de conquistar a vitória. Nole busca entrar no seleto hall de tenistas que já conquistaram os quatro principais torneios, ele já venceu o Australian Open, Wimblendon e US Open.


 Na outra Semi, o multi-campeão na frança, Rafael Nadal não tomou conhecimento e passou por cima de Andy Murray, fechou o jogou em menos de 2h com parciais de 6/3 6/2 6/1. Não chega a surpreender a vitória, mas sim a facilidade com que ela veio, o espanhol quase sempre domina no saibro, e esse ano não tem sido diferente. Ele que perdeu apenas um jogo na sua carreira jogando Rolland Garros vai em busca de seu nono título e se isolar mais ainda como maior campeão de um  dos quatro Grand Slams. O problema é que seu adversário costuma ser uma pedra em seu sapato. Em 2014, o Touro Miúra perdeu as duas partidas que disputou contra o sérvio: finais dos Masters 1000 de Miami e Roma. Para completar, o número 2 da ATP venceu os últimos quatro confrontos entre os dois e tenta o título do único Grand Slam que ele ainda não ganhou. A última vitória de Nadal foi na final do US Open do ano passado. Os dois voltam a se enfrentar no domingo, às 10h (de Brasília).



 Se a safra nos profissionais não vem dando bons resultados nos últimos anos (com exceção das duplas) os juvenis vem empolgando. O maior destaque desse torneio foi Orlando Luz, chegou às semis tanto no simples quanto nas duplas, mas infelizmente acabou derrotado em ambas. Outra Brasileira que por pouco não jogou a final foi Luisa Stefani, que fazia dupla com a Mexicana Renata Zaruzua, elas precisavam de mais uma vitória para alcançar a tão sonhada decisão, mas ela não veio. Fica a torcida para mais ótimos resultados dos jovens tenistas Brasileiros. 
Orlando Luz fez bonito no saibro francês

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Prognóstico Copa do Mundo 2014

 Uma semana e um dia, é apenas isso que falta para o início da tão aguardada e conturbada Copa do Mundo do Brasil em 2014. Aproveitei o dia de hoje e fiz uma simulação de como eu acho que vão ser os resultados. Quer fazer sua simulação também? Entra ai: http://www.ole.com.ar/pronostico-mundial/
Brasil será campeão ganhando na final dos Hermanos

terça-feira, 3 de junho de 2014

Amistoso da seleção - Brasil x Panamá

 Na próxima quinta-feira (13) o Brasil faz a abertura da Copa do Mundo, na Arena Corinthians em Itaquera. Por isso foram agendados dois amistosos de preparação, um contra o Panamá, jogado no Serra Dourada em Goiânia, a escolha do técnico Luís Felipe Scolari: "Tínhamos uma dívida com Goias". O outro será nessa sexta  (6) contra a Sérvia no Morumbi em São Paulo. 
 Três jogadores ficaram na Granja Comary, centro de treinamento da seleção para aprimorar a forma física e/ou se recuperar de lesões. Foram eles Paulinho, Fernandinho e Thiago Silva. Felipão estava muito insatisfeito com um treino que foi realizado no domingo, disse que à muito tempo não tinha realizado um que lhe decepcionou tanto, e que queria uma boa apresentação para apagar essa má impressão. 

 Já com a numeração que será utilizada na copa o Brasil veio a campo com 12- Júlio César 2- Daniel Alves 4- David Luiz 13- Dante 6- Marcelo 17- Luiz Gustavo 16- Ramires 11- Oscar 7- Hulk 10- Neymar 9- Fred. Dentre esses apenas o zagueiro Dante e o volante Ramires não foram na copa das confederações e não devem ser titulares na do mundo.
 Como era de se esperar, o Brasil começou comandando a posse de bola e tentando criar mais e o Panamá saia em velocidade no contra-ataque, especialmente pelas laterais do extenso gramado do Serra Dourada, o jogo não estava ruim, mesmo assim poucas chances claras de gols para ambos os lados. Aos 25' em uma falta da entrada da área, Neymar bate com extrema categoria, coloca no ângulo, indefensável. A seleção canarinho se animou com a abertura do placar, logo em seguida ou mesmo Neymar deu uma belíssima caneta no zagueiro pela na entrada lateral da grande área (foi agarrado e persistiu na jogada) cruzou na direção de Fred, mas a bola foi um pouco alta e por pouco não saiu mais um gol. Aos 40' em bonito chute de trivela no cantinho Dani Alves amplia, 2x0. Daí até o final da primeira etapa ocorreram algumas confusões e o jogo ameaçou esquentar para o lado ruim. O juiz controlou bem a partida e puniu quando necessário evitando conflitos entre os atletas. Mesmo assim ao final da primeira etapa os autores dos gols foram reclamar com o árbitro e foram retirados de lá um pouco exaltados pelo técnico Felipão.


 Para a segunda etapa três modificações. Sairam Marcelo, Dani Alves e Ramires para a entrada de Maxwell, Maicon e Hernanes. Não deu tempo nem de aquecer, muito menos do locutor oficial anunciar as substituições e Hulk já marcou, recebeu lindo passe de letra do Neymar e tocou no canto do goleiro. Cheiro de goleada estava forte e aos 4' minutos, Fred recebeu outro belo cruzamento do inspirado camisa 10 (que deu até caneta no juiz) e sozinho cabeceou para longe. O Panamá deu seu primeiro chute apenas com 9 minutos do segundo tempo, mas não assustou. Susto mesmo veio em um cabeceio, segundos após a finalização, Júlio César escorregou, mas conseguiu voltar a tempo fez uma defesa complicada. O atacante Fred saiu sem conseguir deixar a marca dele, mas não por falta de oportunidade e deu lugar para Jô. Logo em seguida, um dos jogadores mais elogiados por Felipão por suas atuações nos últimos treinos, Willian, entrou no lugar de seu companheiro de Chelsea, Oscar. Na última alteração, a maior surpresa da convocação, Henrique entrou no lugar do novo zagueiro do PSG e contratação (de zagueiro) mais cara da história, David Luiz. Os bons rendimentos nos treinos ressaltados pelo técnico viraram gol, após mais uma jogada dele, sempre ele, Neymar, tocou para Maxwell que cruzou e Willian tocou para o fundo das redes e marcou o quarto gol. O Brasil começou a trabalhar a bola e rendeu gritos de "olé" do torcedor. Com 36' um lance muito confuso. Após cruzamento Maxwell tocou de cabeça, a bola pegou a trave e ficou viajando na área, e na disputa pelo alto um zagueiro Panamenho tirou a bola com a mão, o juiz viu, assinalou o pênalti e expulsou o infrator. Mas nada disso aconteceu, o bandeirinha havia marcado impedimento, erroneamente e impossibilitou o que seria o quinto gol. A goleada foi aplicada, mas não igualou os outros dois confrontos, ambos 5x0
Placar final: Brasil 4 x 0 Panamá


O Brasil apresentou um futebol bonito, ótima movimentação, encarou o jogo com seriedade e animou bastante a todos. Agora fica a pergunta se a seleção está realmente encaixada, ou o jogo foi fácil apenas pela grande diferença técnica entre os dois times. A resposta provavelmente só virá durante a Copa. O próximo amistoso será em São Paulo, contra a Sérvia dia 6. 



domingo, 1 de junho de 2014

TUF Brasil 3 final - Miocic x Maldonado

Miocic teve sua mão levantada ao final da luta

 Fábio Maldonado já era claramente o favorito da torcida que lotou o Ibirapuera, mesmo estando por baixo nas apostas, ao tocar a música tema do Ayrton Senna na sua entrada, emocionou muito a torcida, que fez silêncio e torceu mais ainda o Brasileiro. Nas entrevistas os dois lutadores prometiam ir pra cima e buscar a definição o mais rápido possível.
 O Miocic nem precisou suar para ganhar, em menos de um minuto, o Brasileiro já estava na lona apanhando e obrigou que Mario Yamazaki paralisasse a luta. Como disse, o Americano foi o primeiro a nocautear Fábio Maldonado. E além de tudo foi bem pra frente na fila da disputa do cinturão dos pesados. 



 Na final dos pesados, outra luta muito esperada. Cara de sapato já treinou com Cigano e para essa luta compareceu à melhor academia do Brasil, com Dedé Pederneiras, José Aldo, Renan Barão, entre outros. Vitor Miranda treina na Team Nogueira, ficou atrás nas bolsas de apostas dessa luta, mas não era um franco atirador por ser um lutador de muita qualidade.
 O primeiro round foi bem equilibrado sem chances claras de vitória para nenhum dos dois lutadores. Mas na minha opinião cara de sapato foi um pouco superior, principalmente devido a queda que ele conseguiu realizar, mesmo não tendo conseguido se manter por cima muito tempo. Logo no começo do segundo assalto, Antônio conseguiu levar pra baixo, e conseguiu trabalhar melhor seu Jiu-Jitsu refinado, porém na metade do round, Vitor Miranda conseguiu ficar por cima e mais um round bem equilibrado, dessa vez mais emocionante e na minha opinião mais uma vitória para o cara de sapato. O terceiro round foi bom, e teve o mesmo vencedor dos dois primeiros. Pra mim e para os três juízes 30-27.


Warlley (baixo) botou seu adversário pra dormir com a guilhotinha
  Na primeira luta da final do TUF Brasil 3, Warlley e Lyoto se enfrentaram. Os dois atletas realmente foram os melhores da casa dos médios. O primeiro entrou com o favoritismo para a maioria, por ser um lutador mais versátil, mas seu adversário tem um carate refinado, jogo que sempre e muito perigoso. A luta prometia.
 Com menos de 30s o favorito já conseguiu um belo soco e conseguiu um nockdown,  mas não trabalhou muito bem com seu adversário abalado no chão e a luta voltou em pé. Mas mesmo assim estava muito melhor na luta, veio como um trator e anulou muito bem o carate do Lyoto e levou a melhor no primeiro round. O segundo round começou de forma semelhante, com Warlley dominando e mais inteiro fisicamente, mesmo assim a luta estava muito agarrada e não rendia altas emoções. Logo no começo do terceiro round, com uma guilhotina, Warlley Alves literalmente botou Lyoto pra dormir.
 Nota 10 o desempenho do campeão, ganhou com uma facilidade acima do esperado, tem um grande futuro pela frente. Os dois lutadores merecem e devem ter um contrato assinado com o maior eventos de luta do mundo. 


Demian Maia montado, russo tenta escapar da posição incomoda Crédtios na foto

 O Brasileiro Demian Maia teve hoje uma das lutas mais importantes da carreira, após ser cogitado a lutar pelo cinturão, ele perdeu duas lutas consecutivas e foi bem mais pra trás na fila pela disputa do título. O seu adversário fazia a estreia no UFC, é um lutador casca grossa, bem versátil. Demian queria muito a vitória para se reerguer na categoria.
 A luta começou muito estudada e o Russo parecia estar fugindo. Como era de se esperar Maia queria encurtar a distância para levar para o chão, já que ele é especialista em jiu-jitsu e 4x campeão mundial na arte suave. O Brasileiro vem treinando muito sua trocação e isso já fez efeito ogo no primeiro round, com um cruzado de direita ele conseguiu um belo nockdown e já caiu na montada e de lá trabalhou muito bem no ground and pound e sem sombra de dúvidas ganhou a primeira parte da luta. No segundo assalto um novo passeio, com menos de dois minutos ele já estava montado novamente e continuou castigando o russo. No final do round uma reversão, Yakovlev caiu por cima, mas não chegou o assustar, mais um round vencido pelo Brasileiro. Tendo perdido os dois primeiros assaltos, o Russo veio pra cima, conseguiu conectar alguns golpes, então o faixa preta de Jiu-Jitsu tratou de colocar pra baixo e trabalhou bem até o final da luta, até tentou uma finalização, mas não teve sucesso. Mesmo assim garantiu sua melhor performance e saiu vitorioso por decisão unânime.


Todas as lutas:

(Card principal)
#7 Stipe Miocic Estados Unidos x Fábio Maldonado Brasil (Nocaute técnico - sequência de golpes com adversário no chão)
Antônio "cara de sapato" Carlos JrBrasil x Vitor Miranda Brasil (Decisão unânime) CAMPEÃO DO TUF
Warlley Alves Brasil x Márcio Alexandre Jr. "Lyoto" Brasil (Finalização - guilhotina) 3º round CAMPEÃO DO TUF
#8 Demian Maia Brasil x Alexander Yakovlev Rússia (Decisão unânime)
Rony Jason Brasil x Robbie Peralta Estados Unidos (Decisão dividida bem polêmica, pra mim o Brasileiro ganhou)
(Card Preliminar)
Rodrigo Damn Brasil x Rashid Magomedov Rússia (Decisão unânime)
Elias Silvério Brasil  x Ernest Chavez Estados Unidos (Finalização - Mata leão)
Paulo Thiago Brasil  x Gasan Umalatov Rússia (Decisão unânime)
Edimilson Kevin Souza Brasil x Mark Eddiva Filipinas (Nocaute técnico - sequência de golpes na cara e corpo) 2º round
Ricardo Demente Brasil  x Wagnão Silva Brasil (Finalização - mata leão) 2º round
Marcos Pezão Brasil  x Rick Monstro Brasil (Nocaute - gancho de direita e cruzado de esquerda) 1º round
Pedro MunhozBrasil x Matt HobarEstados Unidos (Nocaute técnico - sequência de golpes com adversário desnorteado) 1º round
*Os atletas em negrito foram os vencedores


O próximo UFC será dia 07/06 nos Estados Unidos, não terá disputa de cinturão, a luta principal é: Henderson x Khabilov.