sábado, 7 de junho de 2014

Uma Copa por dia - É campeão! 1958

 Faltando apenas seis dias para o início da Copa Mundo vai começar uma série curta e com postagens todos os dias até o início do campeonato. Como quase todos sabem, o Brasil é penta campeão, então a cada dia explicarei um pouco de como foi cada conquista Brasileira, todas em territórios estrangeiros. E na quinta-feira, data da estreia da seleção canarinho, falarei o por que devemos acreditar que o hexa deve vir.


 Demorou pro Brasil levantar a taça. Apenas na sexta edição. Já naquela época eramos o único país que tinha participado de todas as Copas, fato que dura até os dias de hoje. Aquela foi a segunda final da nossa seleção, a primeira foi a catastrófica derrota para o Uruguai no jogo que ficou conhecido como "Maracanazo" no ano de 1950. Mas em 58 não teve erro e faturamos o caneco. 
 Das 53 nações que jogaram a fase eliminatória apenas 16 participariam da copa, metade dos 32 da atual regra. Apenas 12 países europeus, três sul-americano e um norte-americano. As eliminatórias apresentaram algumas surpresas e seleções consideradas favoritas não se classificaram, como Espanha, Itália e Uruguai
 As eliminatórias para o Brasil foram bem curtas, apenas dois jogos, ambos contra o Peru, isso por que a Venezuela desistiu daquela Copa. Foram dois jogos muito duros, empate por 1x1 em Lima e vitória por 1x0 no Rio de Janeiro. 
 Quando a relação de nomes foi enviada à FIFA esqueceram da numeração correspondente a cada jogador. Um jornalista Uruguaio que se encontrava lá, tentou resolver o problema, porém não conhecia todos os jogadores e atribuiu números aleatoriamente. Com isso, o goleiro Gilmar jogou com com nº3; o jornalista no entanto, sem querer ajudou a criar a mística da camisa 10. Por puro acaso foi atribuído ao ainda desconhecido e jovem Pelé, na época com 17 anos. 
 Na fase de grupos o Brasil ficou junto com Inglaterra, União Soviética e Áustria. Estreamos contra os austríacos. Pelé e Garrincha ficaram no banco. A seleção começou bem a caminhada rumo ao título com uma vitória por 3x0. No segundo jogo, contra a Inglaterra um empate sofrido por 0x0 que colocou a classificação em risco.  Por não poder substituir jogadores durante o jogo e diante do empate na segunda rodada, o técnico Feola decidiu lançar o trio Garrincha, Pelé e Zito. Daí em diante o time encaixou. Vencemos a União Soviética por 3x0. O craque das pernas tortas desmontou a defesa soviética. Logo no começo, os três maiores minutos do futebol, já que duas bolas foram chutas na trave (um de cada da dupla incrível) e Vavá marcou um gol. O jogo acabaria 2x0 e garantiria a classificação para as quartas, no qual batemos País de Gales por 1x0. Na semi-final veio a vitória  por 5x2 sobre a temível França, que levou o Brasil à final. O trio que só entrou durante o torneio acabou com a festa dos donos da casa,   vencendo a Suécia, por 5x2 com Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Pelé, Vavá e Zagallo. Ao receber a taça, o capitão Bellini levantou-a sobre a cabeça, gesto nunca realizado anteriormente, e que ficou imortalizado.


Com a conquista a seleção canarinho se tornou a primeira a vencer fora de seu continente, fato que se repetiria em 2002, ao vencermos na Ásia. Deixamos de ser os únicos a ter esse privilégio quando a Espanha foi campeã na África em 2010, ou seja 52 anos depois. 
 Também surgiria a tática que é muito usada até os dias de hoje, o 4-3-3. Zagallo atacava e marcava, possibilitando uma solida defesa (fomos a defesa menos vazada com apenas quatro gols sofridos). 
 "A choradeira de alegria foi geral, lá e aqui. A descontração também foi grande. Dois fatos curiosos: Paulo Machado de Carvalho (marechal da vitória como ficou conhecido) não trocou seu terno marrom durante todo o campeonato e o famoso massagista brasileiro, Mário Américo, sem levar em consideração o cerimonial e o respeito ao cargo se aproximou do Rei Gustavo e disse: Mr.King, uma foto please!" relatou com muito humor Carlos Ceneviva, que começou a trabalhar na antiga PRH-7, Rádio Pan Americana, a Emissora dos Esportes, hoje conhecida como a Jovem Pan em 1951, e teve colaboração super importante na realização desse post. 



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