terça-feira, 30 de junho de 2015

Qual o problema na base do Timão?

 O Corinthians consegue a incrível façanha de ter uma das melhores e piores categorias de base do Brasil. Por que digo isso? O timão é o maior vencedor da Copinha (principal torneio de base do Brasil), levantou o caneco por 9 vezes e ainda tem 7 vice-campeonatos no currículo. Se sagrou, no final de Maio de 2015, tricampeão Mundial sub-17, torneio no qual atropelou potências mundiais como Barcelona e Atlético de Madri. Vale lembrar também que o sub-20 alvinegro conquistou quase todos os campeonatos que disputou em 2014.
 Vendo isso, todos pensam: “O elenco do Corinthians deve ser repleto de jogadores jovens, que vieram da base”. Por incrível que pareça, NÃO! O único atleta na equipe principal é Malcon, e que mesmo assim não joga com muita frequência. Para não dizerem que estou sendo injusto, o volante Marciel, grande destaque do título da Copinha de 2015, ficou no banco de reservas por três vezes, mas o mais próximo que chegou do time principal foi aquecer com eles. Matheus Vidotto é o terceiro goleiro do timão, e em alguns jogos também fica disponível como suplente. 
 
Gabriel Vasconcelos até já imitou a comemoração de Paolo Guerrero
foto retirada do site esporte.band.uol
Recentemente, o clube paulista perdeu um de seus principais ídolos, o atacante Paolo Guerrero. O timão se viu obrigado a ir ao mercado procurar por um substituto e está sondando alguns atletas. Porém, o artilheiro da Copinha desse ano vestia a camiseta do Corinthians. Gabriel Vasconcelos marcou 8 gols em 8 jogos. Eu me pergunto qual seria o motivo de não subir ele para o profissional. Ele ainda não tem experiência para ser titular e assumir a responsabilidade de substituir Guerrero, mas colocá-lo no banco de reserva com certeza ajudaria no amadurecimento do atleta.
 Isso não é normal. Alguma coisa tem aí. Se essa molecada está ganhando tudo é porque tem potencial. Aí eu pergunto: será que as categorias de base do clube estão sendo geridas da maneira correta? Será que a direção do departamento de futebol não está 'comendo' bola? Ou será que tem muito mais coisa errada do que queremos imaginar? São tantas as perguntas que fica difícil pensar em uma solução a curto ou médio prazo. E isso já vem de muito tempo. Nenhum técnico do profissional dá oportunidade pra ninguém. Um grande absurdo!
 Os problemas de não usar os atletas da base não ficam só dentro de campo. O financeiro também pesa. Recentemente, o meia Matheus Cassini, um dos mais elogiados do sub-20, foi vendido ao Palermo por apenas R$ 5 milhões sem fazer nenhum jogo pelo time profissional. Ele pode muito bem virar em um futuro próximo um jogador muito mais valioso que isso. O exemplo mais claro desses erros em vendas foi do Marquinhos, hoje no PSG.  O zagueiro saiu do timão por R$ 13 milhões rumo ao Roma da Itália. Um ano depois, o Paris Saint Germain desembolsou R$ 104 milhões pelo jogador da base alvinegra. Não é a toa que o time passa por uma crise financeira tão grave. Alguém lá de dentro precisa se pronunciar! Do jeito que está é vergonhoso. Todo grande craque surge da base. Chega de comprar jogador pra ter comissão.

Um comentário:

  1. Arthur, parece que não é só na CBF que as "coisas" acontecem... Nos times também! Infelizmente!

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