A lusa é um dos times mais tradicionais de São Paulo, e até certo ponto, do Brasil. No ano passado (com desfecho apenas nesse ano), foi rebaixado, injustamente, para a série B. Com cinco rodadas de antecedência já está matematicamente entre os quatro piores da segundona, ou seja, ano que vem irá disputar a terceira divisão do Brasileiro. Quais serão os motivos de uma decadência tão grave em um período de tempo tão curto?
"A tragédia não foi anunciada agora, vem lá do passado" - Matheus, zagueiro da Portuguesa. Essa semana, o clube viveu seu pior momento nos 94 anos de história, a segunda queda em apenas 11 meses. Esse buraco, que parece um poço sem fundos começou a ser cavado ano passado. O time da capital paulista disputava a série A do campeonato, e iria se manter na elite, mas na última rodada, o meia Heverton foi escalado irregularmente, o STJD determinou a perda de quatro pontos, com isso, o Fluminense, que estava no Z4 "cedeu" seu lugar, e a Lusa acabou rebaixada. Nem a justiça comum conseguiu os salvar, e em 2014 o clube jogou a série B.
A estreia pela segunda divisão foi de uma maneira totalmente inesperada, a partida contra o Joinville foi interrompida antes mesmo da metade da primeira etapa, devido à uma ação movida por um torcedor. Naquele momento, a liminar mantinha o time na elite do futebol, mas a situação foi revertida pela CBF. E a Lusa acabou perdendo aquela partida por W.O.
Com claros sinais de desespero, a diretoria contratou até um hipnólogo para tentar ajudar, mas as técnicas aplicadas por ele não foram efetivas, "Não vou fazer os 'caras' virarem Pelé" declarou.
Com claros sinais de desespero, a diretoria contratou até um hipnólogo para tentar ajudar, mas as técnicas aplicadas por ele não foram efetivas, "Não vou fazer os 'caras' virarem Pelé" declarou.
Mesmo sem dinheiro, 63 jogadores passaram pela equipe, 6 treinadores também foram contratados. Como quantidade sem qualidade não da resultado, a aproveitamento é de apenas 21%. Apenas 3 vitórias em 33 jogos. Nas últimas seis partidas, nenhum ponto foi somado. Na última terça feira, contra o Oeste, o rebaixamento foi confirmado. O atual técnico, Zé Augusto disse que com tantas trocas é praticamente impossível um treinador pegar um DNA, uma postura tática ideal para a equipe.
É difícil de dizer qual situação está pior, dentro ou fora de campo. A folha de pagamento mensal é de R$ 400 mil, e os salários estão atrasados. O clube não tem fonte de receitas, patrocinador e ainda conta com mais de 100 processos trabalhistas. Esses números indicam um final infeliz, o fechamento. O público no Canindé é cada vez menor, a média é de apenas 1,100 pagantes, dos 16 jogos disputados em casa, somente um gerou lucro (graças à torcida visitante, que lotou sua área), uma perda acumulada de mais de R$ 250 mil.
O advogado Luís Fernando de Castro não perde uma partida do time de coração, uma paixão herdada pelo pai e tudo indica que não passará a próxima gereção "Minha filha de dez anos tem vergonha dizer que o pai torce pela Portuguesa, vou fazer o que?" e com os olhos cheios de lágrimas conclui "A gente cresce gostando disso aqui (Canindé), isso é uma extensão de casa, deixar acontecer o que está acontecendo é revoltante"
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| Torcida da Lusa costumava lotar o Canindé |
A situação é feia, isso é inegável, mas um time desse tamanho, com muito esforço, consegue reverter isso, mas nem torcida nem diretoria parecem muito animados a honrar a história do clube. O jeito é não querer dar um passo maior que a perna. Primeira missão é conseguir um bom time para ficar entre os quatro melhores da série C, com isso reconquistar a confiança da fanática torcida. Depois voltar à elite do futebol, local de onde nunca deveria ter saído.


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